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Dra. Maria Rossi


RESUMO: Desastres ambientais têm impactos profundos na saúde mental, no mercado de trabalho, na educação e na qualidade de vida das populações afetadas. O aumento significativo de afastamentos do trabalho, dificuldades nos estudos e prejuízos à qualidade de vida demonstram que essas catástrofes vão além das perdas materiais, afetando diretamente o bem-estar psicológico e social das comunidades atingidas.


1 Introdução

Em 2024, o Rio Grande do Sul registrou 37.004 afastamentos do trabalho por transtornos mentais, sendo 10.274 casos de depressão e 7.792 de ansiedade (UOL, 2018; Brasil, 2024), representando quase metade das licenças médicas. As enchentes ocorridas no estado em 2023 foram apontadas como fator determinante para esse número expressivo. Essa realidade, no entanto, não é um caso isolado. Estudos apontam que, em diferentes momentos da história recente do Brasil e do mundo, eventos ambientais extremos resultaram em impactos significativos na saúde mental da população.


2 Evidências nacionais: tragédias e seus impactos

O rompimento da barragem de Mariana em 2015, Brumadinho em 2019 e as enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011 (Silva et al., 2023) ou as enchentes recorrentes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, como em Blumenau (Silva et al., 2019), também deixaram marcas psíquicas duradouras em muitas pessoas (Agência Brasil, 2019; 2020). Em pesquisa realizada por Freitas (2021), observou-se que a exposição direta ao desastre de Fundão esteve associada a sintomas de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade. No caso de Brumadinho, além das mortes e destruição, houve impacto significativo no senso de segurança das comunidades afetadas e na confiança institucional (Agência Brasil, 2019; 2020).

Estudos acadêmicos no Brasil apontam fatores protetores importantes para o enfrentamento desses traumas, como o fortalecimento da rede de apoio, práticas comunitárias de cuidado e o suporte psicossocial pós-desastre (Magalhães, 2021).


3 Perspectiva internacional: saúde mental e desastres climáticos

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021) alerta que os desastres ambientais intensificam a exposição a situações de perda, deslocamento, ruptura de vínculos e insegurança, fatores que elevam o risco de transtornos mentais. Após o furacão Katrina, nos Estados Unidos, por exemplo, houve um aumento de até 30% em diagnósticos de transtornos pós-traumáticos e depressivos (CDC, 2006; Rhodes et al., 2010).

No Japão, após o terremoto e tsunami de 2011, houve aumento nos índices de autoextermínio (suicídio) e na demanda por serviços de saúde mental, sobretudo entre idosos e jovens. A experiência japonesa também demonstrou a importância do suporte comunitário e da reconstrução de rotinas como estratégias de recuperação emocional (Orui, 2022).

Também no Japão, após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, houve um aumento notável nos casos de depressão e ansiedade entre os evacuados e residentes das áreas afetadas. Estudos indicam que os desafios sociais e econômicos decorrentes do desastre, como deslocamento e perda de emprego, contribuíram para o aumento desses transtornos (Kasai, 2018).

 

3 Reflexos no mercado de trabalho e na Educação

O impacto dos desastres não se restringe ao adoecimento individual. Há repercussões diretas na produtividade, na evasão escolar, na dificuldade de retomada da vida cotidiana. Crianças e adolescentes afetados por eventos extremos apresentam maior dificuldade de concentração e rendimento escolar, segundo estudos da UFMG (Magalhães, 2021; Rohwerder et al., 2022). No campo do trabalho, além dos afastamentos, os dados apontam para um aumento da informalidade e da vulnerabilidade socioeconômica das famílias atingidas.

Além disso, fenômenos como o hikikomori (Coisas do Japão, 2023) e o karoshi (Observador, 2015) refletem questões de saúde mental relacionadas a pressões sociais e condições de trabalho no Japão. O hikikomori refere-se ao isolamento social extremo - japoneses que se retraem em seus quartos-, muitas vezes devido a pressões sociais intensas e expectativas elevadas (Coisas do Japão, 2023). Já o karoshi diz respeito à “morte por excesso de trabalho”, destacando os riscos associados a cargas de trabalho excessivas e estresse contínuo (Observador, 2015, online). Conforme dados, “mais de 1,5 milhão de pessoas em idade produtiva no Japão estão vivendo como hikikomoris. Surpreendentemente, 20% desses indivíduos apontaram a pandemia de COVID-19 como a principal razão para seu isolamento social” (Coisas do Japão, 2023, online). As causas do hikikomori são diversas, incluindo desemprego, depressão e experiências de bullying em ambientes escolares ou profissionais. A pandemia intensificou esse quadro, pois as medidas de distanciamento social e o aumento das dificuldades econômicas levaram mais pessoas ao isolamento (Coisas do Japão, 2023).

No Rio Grande do Sul, o aumento nos afastamentos por transtornos mentais em 2024 resultou em desafios para as empresas, que precisaram lidar com a falta de funcionários e a redução da produtividade. Globalmente, eventos climáticos extremos, como furacões e inundações, têm impactado a cooperação ao desenvolvimento, afetando infraestruturas e comunidades em diversos países (El país, 2024a; 2024b).

Na educação, desastres naturais podem levar à interrupção das atividades escolares, afetando o desempenho acadêmico e aumentando a evasão escolar. Por exemplo, no Sul e Sudeste asiático, mulheres afetadas por desastres naturais enfrentam desafios significativos na saúde física e mental, o que pode impactar suas oportunidades educacionais e de trabalho (Fatema et al, 2021).

 

Considerações finais

Os dados e estudos apresentados revelam a urgência de políticas públicas que considerem a saúde mental como eixo estruturante nas ações de prevenção e resposta a desastres ambientais. É preciso ampliar os serviços de acolhimento psicológico, fortalecer as redes sociais de apoio e garantir estratégias de cuidado integradas às políticas educacionais, de assistência e saúde. A atenção psicossocial pós-desastre deve ser compreendida como um direito da população e como parte fundamental da reconstrução dos territórios afetados. A reconstrução de um território também passa pela reconstrução subjetiva das pessoas que nele habitam.

 

Referências

AGÊNCIA BRASIL. Estudo mostra impactos do desastre de Mariana na saúde mental. 2019. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/estudo-mostra-impactos-do-desastre-de-mariana-na-saude-mental . Agência Brasil, 2019. Acesso em: 07 abr. 2025.

AGÊNCIA BRASIL. Demanda por atendimento em saúde mental em Brumadinho cresce 400%. Agência Brasil, ISTOÉ Independente, 25 jan. 2020. Disponível em: https://istoe.com.br/demanda-por-atendimento-em-saude-mental-em-brumadinho-cresce-400/ ​. Acesso em: 07 abr. 2025.

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Afastamentos do trabalho por saúde mental no Rio Grande do Sul em 2024. Brasília: MPS, 2024. Dados obtidos via G1. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2025/03/rs-teve-18-mil-afastamentos-do-trabalho-por-ansiedade-e-depressao-em-2024-aponta-levantamento-cm84eou1900c40151birr2dhz.html Acesso em: 07 abr. 2025.

COISAS DO JAPÃO. Hikikomori: problema social afeta milhões de pessoas no Japão. 12 abr. 2023. Disponível em: https://coisasdojapao.com/2023/04/hikikomori-problema-social-afeta-milhoes-de-pessoas-no-japao/?utm_source=chatgpt.com. Acesso em: 7 abr. 2025.

EL PAÍS. Huracanes, inundaciones y sequías extremas "ponen patas arriba" la cooperación al desarrollo. El País, 27 set. 2024a. Disponível em: https://elpais.com/planeta-futuro/2024-09-27/huracanes-inundaciones-y-sequias-extremas-ponen-patas-arriba-la-cooperacion-al-desarrollo.html. Acesso em: 14 mar. 2025.

EL PAÍS. Saúde mental do Brasil está entre as piores do mundo, diz relatório da ONU.  Disponível em: https://brasil.elpais.com/sociedade/2024-03-12/saude-mental-do-brasil-esta-entre-as-piores-do-mundo-diz-relatorio-da-onu.html. El País, 2024b. Acesso em: 07 abr. 2025.

FATEMA, S. R.; EAST, L.; ISLAM, M. S. Health Impact and Risk Factors Affecting South and Southeast Asian Women Following Natural Disasters: A Systematic ReviewInternational Journal of Environmental Research and Public Health. 2021, 18 (21):11068.

FREITAS, A. A. C. de. Fatores protetores nos transtornos mentais relacionados ao estresse após exposição ao desastre de rompimento da barragem de rejeitos de Fundão: resiliência e suporte social. 2021. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br . Acesso em: 6 abr. 2025.

KASAI, K.. Mental health and psychosocial issues in Fukushima after the nuclear disaster. Psychiatry and Clinical Neurosciences, v. 72, n. 3, p. 151-153, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6265751. Acesso em: 6 abr. 2025.

MAGALHÃES, S. S. Desastres decorrentes de eventos climáticos extremos: impacto na saúde mental e acompanhamento prospectivo de sintomas em crianças e adolescentes. 2021. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br. Acesso em: 6 abr. 2025.

OBSERVADOR. 189 pessoas morreram por excesso de trabalho em 2015. Disponível em: https://observador.pt/2016/08/04/japao-189-pessoas-morreram-por-excesso-de-trabalho-em-2015/. Observador, 2015. Acesso em: 07 abr. 2025.

OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Mental health and climate change: the impact of disasters. Genebra: WHO, 2021. Disponível em: https://www.who.int. Acesso em: 6 abr. 2025.

ORUI, M. Suicide and suicide prevention activities following the great east japan earthquake 2011: a literature review. Int. J. Environ. Res. Public Health, 2022, 19, 10906. Doi: https:// doi.org/10.3390/ijerph191710906

ROHWERDER, B.; WONG, S.; POKHAREL, S.; et al. Describing adolescents with disabilities’ experiences of COVID-19 and other humanitarian emergencies in low- and middle-income countries: a scoping review. Global Health Action. 2022:15;2107350. Doi: https://doi.org/10.1080/16549716.2022.2107350 

RHODES, J.; CHAN, C.; PAXSON, C.; ROUSE, C. E.; WATERS, M. The Impact of Hurricane Katrina on the Mental and Physical Health of Low-Income Parents in New Orleans. Am J. Orthopsychiatry. 2010 April; 80(2): pp. 237–247. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1939-0025.2010.01027.x

UOL Notícias. Depressão atinge 28,9% de vítimas de tragédia em Mariana, diz UFMG. UOL, 13 abr. 2018. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2018/04/13/depressao-atinge-289-de-vitimas-de-tragedia-em-mariana-diz-ufmg.htm. Acesso em: 14 mar. 2025.

SILVA, J. L. et al. Desastre socioambiental de 2011 em Teresópolis: lembrar para não esquecer. Revista da JOPIC, v. 2, n. 12, 2023. Disponível em: https://revista.unifeso.edu.br/index.php/jopic/article/view/4256/1606. Acesso em: 7 abr. 2025.

SILVA, A. A. et al. Saúde mental das pessoas em situação de desastre natural sob a ótica dos trabalhadores envolvidos. Redalyc, 2019. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/4063/406376737014/html/. Acesso em: 7 abr. 2025.


Dra. Maria Rossi


O recente lançamento do GeoRisk, sistema desenvolvido pelo Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), promete um avanço na previsão de deslizamentos no Brasil. Com alertas emitidos com até 72 horas de antecedência, o sistema tem o potencial de salvar vidas e minimizar impactos. Mas como essa ferramenta será realmente utilizada na prática? Ela resolverá os desafios enfrentados pelas comunidades que vivem em áreas de risco?


Perguntas essenciais e possíveis respostas


Como será a implementação do GeoRisk em áreas de alto risco já ocupadas?

O sistema prevê deslizamentos, mas não define o que deve ser feito quando um risco iminente for identificado. A recomendação será evacuação temporária ou reassentamento definitivo? Quem será responsável por essa decisão?


Qual o papel dos municípios e da Defesa Civil?

A notícia destaca que o sucesso do GeoRisk depende do compartilhamento de informações municipais. Mas quais informações exatamente? Apenas registros de desastres passados ou também dados sobre ocupações irregulares e infraestrutura? Como garantir que as prefeituras estejam preparadas para agir diante dos alertas?


O que será feito para proteger quem já vive nessas áreas?

O sistema alerta, mas quem executa a resposta? Há planejamento para realocação de famílias, programas habitacionais dignos e infraestrutura adequada para reassentamento? Como garantir que essas remoções sejam feitas de forma justa e sem prejuízo à comunidade?


Para refletir: a tecnologia é suficiente?

O GeoRisk é um grande avanço em termos tecnológicos, mas previsões não bastam se não houver estratégias concretas para agir diante delas. Um alerta não resolve o problema por si só: é preciso um plano de gestão de risco que envolva realocação segura, investimentos em infraestrutura e políticas públicas bem estruturadas.

Além disso, a implementação do sistema exige uma articulação eficaz entre governo federal, estados e municípios. Sem essa cooperação, o GeoRisk corre o risco de se tornar apenas um sistema de aviso, sem impacto real na proteção da população vulnerável.


Em síntese: como transformar previsões em ações?


Para que o GeoRisk seja mais do que um instrumento tecnológico, é essencial que ele esteja integrado a políticas públicas eficientes. Prever um desastre é importante, mas sem planejamento adequado, continuaremos lidando com tragédias anunciadas.

A pergunta que fica é: estamos preparados para transformar esses alertas em ações concretas ou apenas adicionamos mais um sistema de monitoramento à lista de iniciativas que falham na hora da execução?

Geocracia (2025)
Geocracia (2025)

 

Referência


GEOCRACIA. GeoRisk: Mais uma tecnologia ou solução definitiva para deslizamentos de terra? Publicado em 25 de fevereiro de 2025. Disponível em: https://geocracia.com/georisk-mais-uma-tecnologia-ou-solucao-definitiva-para-deslizamentos-de-terra/ Acesso em: 02 mar. 2025.

Dra. Maria Rossi

(Ensaio)


A sociedade é um organismo dinâmico, composto por relações sociais, normas, valores e estruturas materiais. Frequentemente, o senso comum a percebe como algo estável, onde as pessoas apenas seguem regras e costumes. No entanto, a sociologia nos convida a olhar além dessa visão simplificada e a compreender as forças que moldam a vida em sociedade.


O que define a Sociedade?


A sociedade não é apenas um conjunto de indivíduos, mas uma rede complexa de relações entrelaçadas por normas, valores e instituições. De acordo com Anthony Giddens (1984), as estruturas sociais são ao mesmo tempo meio e resultado das ações humanas, criando um ciclo contínuo de reprodução e transformação social. Assim, entender a sociedade exige analisar tanto as instituições que regulam a vida coletiva quanto as formas de resistência e mudança que emergem dentro delas.


Relações Sociais e Organização Coletiva


As relações sociais representam as interações diárias entre indivíduos e grupos, estruturadas por normas e valores compartilhados. Essas interações moldam padrões de comportamento que se refletem em instituições como escolas, empresas e famílias. Conforme Michel Foucault (2000), o poder permeia todas as esferas sociais, influenciando como as pessoas interagem e se organizam.


A organização coletiva surge dessas interações e se manifesta por meio de hierarquias, formas de cooperação e conflitos. Em um ambiente de trabalho, por exemplo, há relações de poder entre gestores e funcionários, que determinam dinâmicas de controle e colaboração. Ao mesmo tempo, essas estruturas não são fixas: trabalhadores podem contestá-las, criar redes de apoio e provocar mudanças.


O papel dos recursos e da infraestrutura


Os recursos naturais e econômicos são a base material da sociedade, influenciando desde a distribuição de bens até as relações de poder. Para Karl Marx (2010) o controle sobre esses recursos define a estrutura de classes e as desigualdades sociais. Da mesma forma, a infraestrutura e a tecnologia desempenham papel extremamente essencial hoje, possibilitando avanços na comunicação, na produção e no transporte.


A urbanização e a moradia são outros elementos fundamentais. O crescimento desordenado das cidades pode gerar desigualdades espaciais, com áreas carentes de infraestrutura básica, enquanto iniciativas governamentais, como programas habitacionais, objetivam minimizar esses impactos. Isso acontece de fato? Ou estamos muito aquém de conseguir transformações reais que possam reduzir desigualdades garantindo justiça e equidade social?


A cultura, as normas e os valores construídos ao longo do tempo


A cultura é um dos elementos centrais da vida em sociedade, refletindo identidades e relações de poder. Segundo Antonio Gramsci (2008), a hegemonia cultural é uma forma de dominação que legitima determinadas estruturas sociais. Ao mesmo tempo, a cultura é um espaço de resistência, onde tradições, festivais e práticas cotidianas desafiam narrativas dominantes e criam novas formas de pertencimento. Também explicitam contradições e formas diversas de se pensar e viver.


Normas e regras sociais regulam o comportamento dos indivíduos, mas não são neutras. Michel Foucault (2000) argumenta que essas normas moldam subjetividades e produzem formas de controle. Entretanto, essas regras também podem ser contestadas, como demonstram os movimentos sociais que lutam por direitos e justiça social.


O material e o simbólico: uma relação indissociável


Os aspectos materiais e simbólicos da sociedade estão interligados. O dinheiro, por exemplo, tem um valor material, mas sua real importância deriva do significado simbólico que lhe atribuímos: poder, status e segurança. Da mesma forma, a tecnologia não é apenas um conjunto de ferramentas, mas um elemento que redefine identidades, relações de trabalho e dinâmicas sociais.


Redes sociais, mudanças climáticas e transformações no mercado de trabalho são exemplos contemporâneos dessa interseção. O avanço da economia digital, por exemplo, altera tanto a estrutura produtiva quanto a percepção do que é trabalho digno. Movimentos sociais, por sua vez, questionam valores estabelecidos, promovendo novas formas de organização e resistência.


Considerações Finais


É urgente repensarmos a forma com vivemos em sociedade. Compreender a sociedade exige ir além das aparências e analisar criticamente suas estruturas e dinâmicas. A relação entre aspectos materiais e simbólicos é essencial para entender como as desigualdades são reproduzidas – e como podem ser transformadas. Ao refletirmos sobre essas questões, abrimos caminhos para uma sociedade mais justa e consciente de suas contradições e possibilidades de mudança.


Referências

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Petrópolis: Vozes, 2000.

GIDDENS, Anthony. The Constitution of Society: Outline of the Theory of Structuration. Berkeley: University of California Press, 1984.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Volume I. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010.

 

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