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Atualizado: 3 de abr. de 2020

Maiko Rafael Spiess Sociólogo e Doutor em Política Científica e Tecnológica Núcleo de Estudos da Tecnociência - Universidade Regional de Blumenau


Uma questão central na atual crise do coronavírus é o problema da tomada de decisão. De governos a indivíduos, estamos sendo confrontados com escolhas para as quais não estamos completamente preparados. Em especial, pelo caráter inédito da crise: nossas gerações atuais não possuem um modelo ou protocolo, e muito menos a experiência, para lidar com a pandemia de COVID-19. Individualmente, fazemos aproximações grosseiras e estimativas muito vagas sobre o risco que corremos. Coletivamente, alternamos entre soluções opostas e algumas vezes extremas: restrição ou afrouxamento totais; quarentena ou #OBrasilNãoPodeParar? Para piorar, vivemos em um ambiente de abundância de informações e alta intensidade em suas trocas (característica da cultura digital das redes sociais). Com isso, somos sobrecarregados e perdemos nossa capacidade de avaliação crítica. Em resumo, superestimamos nossa capacidade de avaliar corretamente a situação.


Portanto, em primeiro lugar, é preciso reconhecer tudo o que não sabemos. Isso envolve desde aspectos conceituais sobre doença, epidemia, medidas sanitárias etc. até a capacidade de produção de dados sobre os casos e mortes causados pela COVID-19. Uma posição sensata seria reconhecer o alto grau de incerteza do problema. Infelizmente, multiplicam-se especialistas de ocasião em epidemias, contágio, formas de tratamento e gestão de crises. Potencializados pela infraestrutura da informação (alta disponibilidade e baixo custo da informação), leigos convertem-se em supostos peritos. É legítimo que as pessoas tenham opiniões e possam manifestá-las; não se trata de reprimir a participação na discussão pública. Ocorre que existe uma diferença substancial entre as pessoas em relação ao tipo de conhecimento que dominam, e essa diferença se reflete em uma divisão do trabalho.


É óbvio: em situações normais, se estou doente vou ao médico. Esses profissionais são especializados, pois passaram por anos de formação e experiência na prática. Podem, eventualmente, até errar. Mas, em geral, sabem mais sobre doenças e o corpo humano do que eu e você. No dia-a-dia, portanto, reconhecemos que sabemos menos do que os médicos e nos submetemos à legitimidade que eles possuem derivada desse fato. Reconhecemos o que não sabemos. Então, porque em situações extremas deveríamos pensar de forma diferente? Se conheço pouco sobre a distribuição da população em um território, tenho que dar atenção ao geógrafo. Se entendo pouco da economia, devo considerar as informações dos economistas. Se não sei como se comporta um vírus, talvez devesse ouvir um biólogo ou infectologista. Ninguém pode saber tudo sobre tudo. Frequentemente, porém, ignoramos o que não sabemos. E esse é um erro.


É claro que profissionais especializados frequentemente divergem entre si. No entanto, a maioria das pessoas ignora também as práticas das comunidades de especialistas e as formas que elas encontram para gerar consensos. As comunidades científicas são, em primeiro lugar, caracterizadas pelo embate aberto entre ideias: dados são avaliados por muitas pessoas em grupos de pesquisa e departamentos de universidades; artigos que resumem descobertas são revisados por editores e outros cientistas, e estão sujeitos à críticas e revisões. Diferentes áreas da ciência se organizam em associações, com profissionais que representam os paradigmas amplamente aceitos por aqueles profissionais. Questões controversas são debatidas e consensos são formados. Ao ignorar esses mecanismos, leigos diminuem a capacidade e importância da ciência para nossa vida atual.


Em outras palavras: para que certas teorias e informações sejam reconhecidas em uma comunidade científica, elas precisam passar por um elaborado processo de competição de ideias. Dados que não são convincentes e teorias que não são consistentes são, frequentemente, eliminadas de circulação. Algumas pessoas que não são cientistas podem intuir isso. Outras, ignoram essa informação. Na maior parte dos casos, em situações de normalidade, essa postura causa pouco dano. Porém, em situações extremas, ela permite o surgimento de soluções e comportamentos que ampliam os problemas. No caso da COVID-19 isso significa uma potencial exposição desnecessária ao risco, uso de soluções terapêuticas não testadas (como no caso do prefeito que recomenda homeopatia para aumento da imunidade ao coronavírus sem evidências), avaliações econômicas superficiais e soluções políticas imperfeitas.


Ainda considerando o caso da COVID-19: como estamos baseando nossas decisões? Em quais dados? Como medir a gravidade da situação? Os dados sobre o contágio e mortalidade provém, em sua maioria, de órgãos oficiais que possuem um corpo técnico especializado neste tema. Não são, portanto, sujeitos aos vieses e limitações de uma leitura individual. Uma pessoa individualmente não é capaz de produzir esse tipo de dado, com a mesma qualidade e escala. Se ninguém da minha família ou da minha vizinhança está doente, isso não significa que eu possa falar o mesmo a respeito da cidade, estado ou país. Minha capacidade pessoal de produzir dados é limitada pela minha cognição, posição social, localização etc. Dados oficiais possuem, assim, impessoalidade e volume necessários para evitar que minha opinião distorça a avaliação sobre a situação.


Os dados oficiais possuem, sim, limitações importantes. No caso atual, são provavelmente incompletos por conta dos problemas dos indivíduos assintomáticos e da subnotificação (ou confusão na definição de causas de morte). Por um lado, muitas pessoas não desenvolvem sintomas e, não sabendo do contágio, transmitem o vírus para outros. Este é um fenômeno epidemiológico reconhecido, cientificamente descrito e que está em atuação neste exato momento. Por outro lado, no caso brasileiro, a quantidade de testes é significativamente menor do que de países como a Coréia do Sul. Como o diagnóstico final ainda é realizado por meio de exames laboratoriais e não a partir dos sintomas apenas, temos possivelmente uma avaliação menosprezada do real número de pessoas contaminadas.


Neste ponto, uma ressalva: no mundo do WhatsApp e redes sociais correm boatos de que os casos estariam (ao contrário do exposto acima) sendo superdimensionados por interesses políticos. Esse argumento pressupõe que a comunidade de médicos e cientistas ou é mal-intencionada ou desinformada. Ora, por conta dos mecanismos de produção coletiva de consenso já mencionados, a manutenção dessa suposta conspiração seria insustentável. Note-se que os boatos se baseiam em evidências anedóticas - “um amigo meu me contou” - e não em informações agregadas, relatos certificados, depoimentos públicos recorrentes. Isto é, as contra-evidências são, até o momento, muito fracas para garantir ao boato um olhar mais sério.


Em uma situação de alta complexidade e com efeitos potenciais muito graves, é necessário reconhecer tudo o que não sabemos e reavaliar aquilo que achamos que sabemos. É verdade que o grau de incerteza atual é muito grande e as inquietações são múltiplas. No entanto, não é produtivo se deixar levar pelo alarmismo ou por opiniões que são definitivamente parciais e incompletas. Em especial, é preciso tomar cuidado com a mobilização política dessa ignorância: cientistas são humanos sujeitos ao erro, mas seu processo de produção de conhecimento é ainda a melhor forma de conhecer o mundo e orientar nossa ação. Governantes populistas, organizações ou indivíduos motivados por benefício próprio frequentemente ignoram ou menosprezam a Ciência porque suas conclusões podem ser inconvenientes.


Para concluir, vale lembrar que a pior posição possível nas crises é o elogio à ignorância. Reconhecer as limitações de nosso conhecimento e nossas ideias é difícil, porém é também uma atitude nobre. Perceber que nossos líderes ignoram as orientações científicas e condenar essa postura não é fraqueza, mas sim virtude. Sobretudo, na situação atual, não reconhecer a autoridade conferida pelo conhecimento de médicos e cientistas é uma falha moral. Quando lidamos com a vida humana, devemos nos guiar pelo princípio da precaução: agir tendo como base as implicações negativas e mais dramáticas de nossas ações. E, para chegar nessa posição, devemos olhar para quem possui mais conhecimento do que nós.

 
 
 
  • 28 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de abr. de 2020

Dr M. Mattedi Universidade Regional de Blumenau mam@furb.br


O COVID-19 converteu o padrão de relações entre as pessoas. De Hubei a Milão, passando por Madri, Paris, São Paulo ou Nova York... a disseminação do COVID-19 mudou o modo de vidas das pessoas. Um bilhão de pessoas foram confinadas socialmente para evitar o contágio. A adoção do confinamento social como estratégia de gestão tem profundas consequências sociais. Trancar as pessoas em casa, parar o sistema de produção, imprimir dinheiro para dar aos cidadãos... Não existe menor dúvida que se trata da maior experimentação social todos os tempos. A única questão é determinar quais serão os efeitos de longo prazo deste processo.


A doenças contagiosas são velhas companheiras dos seres humanos. Varíola ou lepra, tuberculose ou gripe... A lista é formidavelmente grande. É que o progressivo processo de concentração espacial da população tornou as doenças contagiosas comuns. Afinal, em vez de atingir pequenas comunidades dispersas espacialmente passaram a afetar grandes concentrações populacionais. Ao mesmo tempo, a concentração da população intensificou a divisão do trabalho e aumentou a capacidade de reação. Isso, por um lado, ampliou a capacidade de detecção rápida de novas doenças, mas, também, por outro, a produção em larga de medicamentos.


De fato, a importância de uma doença para os seres humanos depende muito das outras doenças. Afinal, a relação entre a sociedade humana e as doenças é multidirecional. Por exemplo, o aparecimento da penicilina eliminou gradualmente as doenças bacterianas, permitindo o surgimento de doenças virais até então latentes. Atualmente centenas de laboratórios em mais de 100 países monitoram o surgimento de novos vírus todos os dias. Estes laboratórios circulam entre eles as informações necessárias para monitorar os espaços epidemiológicos globais. Trata-se de uma relação de coconstrução e não uma disseminação incontrolável de vírus.


Portanto, as pandemias deixaram de ser vistas como doenças simples de larga escala. Ao contrário, refletem os vínculos entre práticas alimentares, degradação ambiental e mecanismos de disseminação global de novas linhagens de vírus. Na verdade, refletem o padrão predominante de desenvolvimento socioeconômico. Neste sentido, confrontar uma pandemia é confrontar a forma como estamos organizados socialmente. Diante da complexidade do desafio a estratégia predominante adotada constitui o Confinamento Social. A ideia por trás desta estratégia é simples: quanto maior a distância entre as pessoas, menor a probabilidade de contágio.


As consequências desta experimentação ainda não podem ser precisamente determinadas. Porém, tudo indica que as relações sociais nunca mais serão como eram antes. Afinal, esta não é apenas uma crise sanitária, econômica ou política, mas uma crise societária. O impacto do COVID-19 será tão profundo que se estabelecerá uma ruptura social, fazendo que as pessoas parassem de se movimentar, de sair, de gastar, de participar... Logo a forma como as pessoas trabalham, se divertem, rezam está sendo progressivamente redefinida. Isto significa que atividades como a educação, turismo, lazer, esporte, trabalho tende a ser profundamente afetadas.


A principal questão é, portanto, determinar quais são as consequências da interdição da circulação de pessoas e mercadorias para o modo de vida moderno. Afinal, não podemos esquecer que o objetivo principal da estratégia do Distanciamento Social não é evitar o contágio, mas, simplesmente, impedir o colapso sistema de saúde. Pois principal problema não é a letalidade do vírus, mas, sobretudo, a intensidade do contágio. Os efeitos emergentes desencadeados pelo processo de confrontação indicam que estamos diante de uma espécie de bifurcação civilizacional. Neste sentido, até o presente é possível diferenciar dois caminhos principais.


Um caminho segue em direção da abertura. Afinal, a experimentação social indica que é possível mudar o padrão predominante de desenvolvimento. A situação de emergência tende a acelerar a Transição Ecológica na medida que o confinamento social possibilitou uma melhora significativa na qualidade ambiental do planeta; mas também, mostra a possibilidade de distribuição da riqueza como indicam as iniciativas governamentais de pagamento de salários para que os trabalhadores não sejam demitidos. Portanto, a melhora da qualidade ambiental e a assistência solidária apontam para possibilidade de novas formas de sociabilidade num “Cenário Gaia”.


O outro caminho leva é conduzido na direção do fechamento. Assim, a propagação do COVID-19 aumentará a insegurança acionando os instintos de sobrevivência mais básicos. Neste sentido, a experimentação social em curso reforçará o monitoramento cibernético e biométrico das populações. Por isto, a situação de emergência acabará, inevitavelmente, reforçando as barreiras sanitárias e aumentando os contatos indiretos por meio da vida virtual. Isto significa o estabelecimento de um novo patamar de individualização baseado na privacidade. Consequentemente, aumentará o fechamento cultural e o isolamento social num “Cenário Big Brother”.


Enquanto o COVID-19 abre novos caminhos, a questão é, portanto, se as marcas deixadas pela pandemia serão transitórias ou passageiras. Afinal, não se pode determinar ainda se mediação sociotécnica posta em operação para conter o COVID-19 será excessiva ou insuficiente. Mais precisamente, se o Confinamento Social a que foram submetidos milhões de pessoas vai potencializar o egoísmo individual ou despertar altruísmo social. Afinal, a oposição entre o Caminho do Medo e Caminho da Esperança esconde a tensão entre Solidariedade e Controle. Portanto, o isolamento social está moldando a forma de vivermos juntos.


As estratégias de confrontação da COVID-19 podem levar a um questionamento do nosso modelo de existência. Isto acontece porque permitiram reinventar a noção de vida comum. Neste sentido, as mudanças induzidas pela COVID-19 constituem, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma oportunidade. Afinal, desperta, paradoxalmente, os instintos de sobrevivência latentes; mas também, favorece a emergência de novas formas de solidariedade. Por isto, a COVID-19 não deve ser vista apenas como uma pandemia, mas, sobretudo, uma grande experimentação social. É bem possível que os caminhos se cruzem, porém nunca mais serão como antes.

 
 
 
  • 26 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de abr. de 2020

Dr M. MATTEDI Universidade Regional de Blumenau mam@furb.br


O pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro no dia 24/03 foi um deboche moralmente inaceitável. Ao reduzir as perdas de vida e a calamidade pública uma “gripezinha” ou uma “resfriadozinho” revela uma absoluta falta de solidariedade com o sofrimento do povo. Se não bastasse isso, aumenta a sensação de insegurança e dificulta ainda mais o processo de gestão. Afinal, uma coisa é questionar estratégias de gestão, outra bem diferente é negar o risco. Fica claro, assim, que para o presidente a única coisa que importa mesmo é a manutenção do poder. Por isto, a primeira reação foi de abalo, indignação e fúria diante deste pronunciamento nefando.

Ao pronunciamento do presidente se junta também a chantagem desumana dos empresários com os trabalhadores. É que se as atividades econômicas permanecerem paralisadas os trabalhadores serão demitidos. Por isto, o recado foi voltem logo ao trabalho ou serão demitidos. Dito de outra forma, os trabalhadores deveriam se preocupar mais com o salário que com a saúde. E a mensagem foi clara: trocar o medo da contaminação pelo medo da perda do emprego. Do ponto de vista empresarial, portanto, é mais importante salvar os negócios que salvar vidas. A brutalidade e oportunismo dessa chantagem só não é mais revoltante que a sua crueldade.

Porém não devemos nos deixar levar por estes sentimentos. Afinal, trata-se de uma armadilha política. Estes ataques não são apenas provocações insanas. Trata-se de uma jogada ousada diante do progressivo isolamento político do presidente. Estas manifestações devem ser interpretadas como uma reação calculada frente a perda legitimidade política. Por isto, não devemos nos enganar: quanto menor o apoio político, maior a radicalização política. O plano autoritário do Bolsonarismo é enfraquecer as instituições democráticas. Pois seu único objetivo foi, evidentemente, intensificar divisão do país e forçar uma ruptura institucional.

Para enfrentar a pandemia e a recessão que virá o Presidente Jair Bolsonaro terá que governar. Precisa conceber e implementar um plano de emergência para os próximos meses. Milhares de brasileiros correm risco de morrer ou perder o emprego. Porém, o Governo Bolsonaro encontra-se paralisado. O presidente não consegue mobilizar e liderar o processo político necessário. Isto acontece porque o Bolsonarismo não sabe governar dentro do perímetro institucional democrático. Portanto, constitui uma ameaça a democracia. A questão é determinar como o Bolsonarismo deve ser bloqueado politicamente. Existem duas estratégias predominantes.

A primeira constitui a Via Curta. Parte do pressuposto que o Presidente Jair Bolsonaro precisa ser barrado politicamente. Esta estratégia compreende a interrupção do mandato por meio do afastamento legal do presidente. A crise sanitária do coronavírus coloca cada vez mais em dúvida a capacidade do Presidente Jair Bolsonaro permanece a frente do cargo. Neste sentido, seria acusado de improbidade administrativa diante da calamidade. Em outras palavras, o presidente constitui uma ameaça política para ser deixada sem controle. Neste sentido, o desgaste político do presidente na gestão da crise permitiria iniciar um processo de impeachment.

A segunda refere-se a Via Longa. Esta estratégia diz respeito ao isolamento político do presidente. Diante de um governo desarticulado e inoperante é necessário formar um consenso político que permita controlar a emergência. Este processo passa pela instituição de uma frente de resistência social forma lideranças políticas e da sociedade civil que sirva de referência para a população. Ou seja, impedir que o presidente represente uma ameaça ao processo de gestão da crise. Trata-se, portanto, de utilizar este consenso para formação de uma frente democrática que bloquei eleitoralmente a propensão autoritária do Bolsonarismo em 2022.

Por isto, o objetivo do pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro foi manter a sociedade brasileira dividida e enquadrar o governo. Por um lado, joga o medo de contágio da classe média, contra o medo da classe baixa de perder o emprego. Por outro, tenta alinhar o governo contra a estratégia dos governadores de confinamento social. Ou seja, presidente apostou na radicalização para tentar atrair politicamente uma parcela da população inquieta com as restrições e alinhar o governo. Porém, o impasse político criado pela convergência das crises sanitária e econômica pode obrigar o presidente a renunciar diante da rápida perda de governabilidade.


Afinal, desde que assumiu a presidência Bolsonaro sempre brigou com a realidade. Porém, o pronunciamento provou que não está à altura do cargo que exerce. Ficou evidente que é incapaz de enfrentar a crise do COVID-19. Isto acontece por interpreta a pandemia como uma tentativa de enfraquecer seu governo. Explicita um movimento de radicalização política absolutamente desnecessário e inconsequente. Afinal, ao levar a estratégia de polarização ao limite põe em risco a saúde de milhões de brasileiros. E, para quem ainda duvidava do Bolsonarismo, ficou evidente que se trata apenas de um projeto de verticalização do poder.


A situação atual é de extrema gravidade. O COVID-19 já matou muitas pessoas e parece que, se depender do Governo Bolsonaro, vai continuar matando. Ao mesmo tempo, está cada vez mais claro para a população que a dinâmica política do Bolsonarismo é destrutiva. Por isto, por um lado, a intenção do pronunciamento do presidente foi dividir ainda mais os brasileiros e, por outro, transferir o ônus do Confinamento Social para os governadores. Portanto, não devemos nos surpreender se Governo Bolsonaro se valer da incapacidade de governar para propor, justificar e impor uma ruptura da ordem democrática através de medidas de exceção.




 
 
 
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