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Ontem (02/10/2025) completaram-se 114 anos da enchente de 1911, a maior já registrada na cidade, com a impressionante cota de 16,9 metros.

- Essa memória não é apenas história distante: ela nos lembra de que a cidade nasceu e cresceu em diálogo constante com o rio.

- Ao organizar os registros oficiais de enchentes entre 1852 e 2024, encontramos 102 ocorrências distribuídas ao longo dos meses:

Setembro e Outubro lideram, com 17 enchentes cada.

Em seguida, está Maio, com 15 registros.

No total, são mais de um século e meio de dados, que mostram a força e a recorrência desses eventos.

A tabela completa, com os meses, anos, datas e cotas, está logo abaixo. Ela evidencia como a memória histórica é essencial para:

 1) compreender os riscos;

 2) orientar o planejamento urbano;

 3) fortalecer políticas públicas de prevenção; e

 4) avançar em estratégias de adaptação climática e para a Gestão Integral de Risco de Desastres.

Porque cada enchente registrada é também um lembrete: compreender o passado é a base para preparar o futuro.

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Autora: Dra. Maria Rossi

 
 
 

Autoria Artigo: Lucas Ademir Pereira
Autoria Artigo: Lucas Ademir Pereira

O artigo analisa a integração entre comunicação de risco e inovações tecnológicas na gestão de desastres, destacando como estratégias éticas e socialmente sensíveis dialogam com ferramentas digitais para reduzir danos e fortalecer a resiliência comunitária. Ele evidencia que, embora tecnologias como aplicativos móveis e sistemas de inteligência artificial ampliem o alcance e a precisão das mensagens, a eficácia depende da confiança institucional, da pertinência cultural e da inclusão social. O estudo também ressalta a importância de rádios comunitárias, lideranças locais e protocolos de verificação de informações, mostrando que a comunicação de desastres é um campo interdisciplinar que combina rigor técnico e sensibilidade social. Por fim, o artigo propõe recomendações para políticas públicas, formação de comunicadores e desenvolvimento de tecnologias humanizadas, visando tornar a comunicação um instrumento de proteção, solidariedade e justiça social.



Introdução


A comunicação de desastres, entendida como prática interdisciplinar e estratégica, assume papel central na mediação entre especialistas, governo e sociedade, sobretudo em contextos de risco e crise. A literatura demonstra que a comunicação de risco não pode ser reduzida à simples transmissão de informações, mas deve ser concebida como processo dialógico, contínuo e ético, capaz de reduzir incertezas, construir confiança e orientar comportamentos sociais em momentos de alta vulnerabilidade (Covello; Allen, 1988; Reynolds; Seeger, 2005). No Brasil, episódios como os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) evidenciaram as fragilidades das estratégias institucionais de alerta, bem como a importância de abordagens comunitárias, participativas e culturalmente situadas (Acselrad, 2017; Darolt, 2009).


Nesse cenário, as tecnologias de comunicação emergem como instrumentos indispensáveis para o monitoramento, a prevenção e a resposta em situações de catástrofe. Desde o uso do rádio em enchentes e deslizamentos até a incorporação de softwares, aplicativos móveis e redes sociais digitais, a evolução tecnológica ampliou a velocidade, o alcance e a complexidade das mensagens transmitidas em emergências (Standage, 1998; Palen et al., 2009). No entanto, tais inovações também intensificaram desafios, como a disseminação de boatos, fake news e desinformação, que comprometem a eficácia das campanhas oficiais e agravam o caos informacional em cenários de crise (Veil et al., 2011; Houtson et al., 2015).

A interseção entre comunicação de risco e inovação tecnológica evidencia um campo marcado por tensões: de um lado, a promessa da inteligência artificial, do big data e da Indústria 5.0 em prever desastres e personalizar alertas em tempo real; de outro, os riscos de exclusão digital, vigilância excessiva e desigualdade no acesso às informações. A experiência internacional e nacional mostra que a eficácia da comunicação depende tanto da sofisticação tecnológica quanto da pertinência social, cultural e ética das mensagens (OMS, 2020; Lachlan et al., 2014). Assim, os softwares e plataformas digitais não devem ser vistos apenas como ferramentas técnicas, mas como instâncias mediadoras que precisam ser reguladas por princípios de acessibilidade, inclusão e responsabilidade social.


Dessa forma, compreender como as estratégias de comunicação de risco dialogam com os avanços tecnológicos torna-se fundamental para pensar políticas públicas, campanhas publicitárias de utilidade social e protocolos institucionais que sejam capazes de proteger vidas, reduzir danos e reconstruir comunidades em situações de catástrofe. Este artigo, derivado do Trabalho de Conclusão de Curso em Publicidade e Propaganda, propõe-se a analisar criticamente as convergências entre os modelos clássicos de comunicação de risco e as inovações tecnológicas aplicadas à gestão de desastres, evidenciando limites, potencialidades e recomendações para o campo comunicacional.


Desenvolvimento


A comunicação de risco constitui um dos eixos mais relevantes no campo da comunicação dos desastres, pois estabelece a ponte entre o conhecimento técnico, os dispositivos institucionais e a sociedade. Segundo Covello e Allen (1988), a clareza e a transparência das mensagens são fatores decisivos para a redução da incerteza em situações críticas. Reynolds e Seeger (2005) reforçam que a comunicação de risco não deve ser concebida como um evento isolado, mas como processo contínuo de planejamento, construção de confiança e gestão da reputação. Nesse sentido, os princípios comunicacionais estão diretamente vinculados à credibilidade das instituições, à pertinência cultural das mensagens e à capacidade de dialogar com diferentes públicos, incluindo comunidades vulneráveis.


Casos como a pandemia de COVID-19 (Baldwin; Weder di Mauro, 2020) ou os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) revelam a importância de estratégias que não apenas informem, mas mobilizem coletivamente. No entanto, como demonstram Veil et al. (2011) e Houston et al. (2015), falhas na comunicação de risco podem agravar o pânico, alimentar a desinformação e corroer a confiança institucional, sobretudo quando há ausência de transparência e inconsistência nas fontes oficiais. O risco, portanto, não se restringe a dimensões físicas, mas é também socialmente construído (Acselhad, 2002; Valencio et al., 2009). Isso significa que a eficácia da comunicação não depende apenas do conteúdo transmitido, mas do contexto cultural, histórico e simbólico em que está inserida.


Com o avanço tecnológico, esse campo tornou-se ainda mais complexo. O rádio, por exemplo, analisado por Darolt (2009), desempenhou papel decisivo em desastres do início do século XXI em Santa Catarina, ao mobilizar solidariedade comunitária e difundir mensagens de prevenção. Na era digital, contudo, a lógica de circulação da informação foi profundamente transformada. Plataformas como Twitter/X, WhatsApp e TikTok ampliaram exponencialmente a velocidade dos fluxos comunicacionais, permitindo comunicação bidirecional entre autoridades e cidadãos (Houtson et al., 2015). Contudo, esse ambiente também intensificou a difusão de boatos, memes e fake news, fenômeno que gera uma “infodemia” paralela ao desastre, dificultando a coordenação das respostas coletivas.


A incorporação de softwares e sistemas inteligentes na gestão de riscos sinaliza novas possibilidades para a comunicação em desastres. Aplicativos móveis de alerta, plataformas de georreferenciamento e sistemas de big data permitem monitoramento em tempo real, emissão segmentada de mensagens e personalização das estratégias comunicacionais. Estudos recentes apontam que a inteligência artificial pode ser utilizada para prever padrões de risco, antecipar eventos e conectar instituições públicas e privadas em tempo real (WORLD BANK, 2013; NOY, 2009). No entanto, o acesso desigual às tecnologias coloca em evidência dilemas éticos: populações periféricas, indígenas, migrantes e pessoas em situação de vulnerabilidade frequentemente não possuem acesso a smartphones, internet ou letramento midiático, o que os exclui das estratégias digitais de prevenção (OMS, 2020).


Essa desigualdade tecnológica reforça a necessidade de integração entre comunicação comunitária e sistemas oficiais de alerta. Rádios comunitárias, lideranças locais e agentes de base permanecem como canais de confiança fundamentais, especialmente em territórios onde o Estado não chega de forma efetiva. A articulação entre comunicação digital e comunitária é, portanto, um desafio estratégico, capaz de reduzir injustiças comunicacionais e ampliar a resiliência social (Valencio et al., 2009). Além disso, protocolos de checagem, uso ético de imagens, linguagem acessível e treinamento de comunicadores populares são medidas que podem mitigar os efeitos da desinformação em redes digitais (Veil et al., 2011).


Outro ponto central reside na relação entre inovação tecnológica e Indústria 5.0. Diferentemente da Indústria 4.0, focada na automação, a Indústria 5.0 enfatiza a humanização da tecnologia e a personalização de soluções. Aplicada à comunicação de desastres, essa perspectiva sugere que softwares e sistemas inteligentes devem ser projetados para garantir acessibilidade, inclusão e participação social. Isso inclui desde o desenvolvimento de aplicativos adaptados para pessoas surdas ou cegas até a tradução automática para diferentes idiomas em contextos migratórios. A comunicação tecnológica, nesse caso, não deve ser vista apenas como ferramenta instrumental, mas como prática política e social orientada pela justiça comunicacional.


O desafio contemporâneo é, portanto, equilibrar a velocidade e sofisticação da inovação tecnológica com a necessidade de empatia, transparência e ética comunicacional. O caso do Furacão Katrina (2005) ilustra como falhas de coordenação e comunicação podem gerar caos e abandono de comunidades inteiras (Perry, 2007). De forma oposta, experiências em terremotos no Japão (2011) mostraram como o uso de aplicativos móveis e redes sociais, aliado a sistemas de alerta antecipado, pode reduzir mortes e agilizar processos de evacuação. Esses exemplos confirmam que tecnologia, por si só, não garante eficácia: é a articulação entre inovação, confiança social e pertinência cultural que determina o impacto da comunicação em contextos críticos.


Conforme destaca Mattedi (2007), a comunicação dos desastres não apenas informa, mas estrutura a percepção social do risco, sendo fundamental para salvar vidas, coordenar respostas e reconstruir comunidades. A partir dessa perspectiva, evidencia-se que a integração entre comunicação de risco e tecnologias da informação representa não apenas um avanço técnico, mas uma transformação epistemológica na forma como a sociedade lida com catástrofes. Se a comunicação de risco fornece os princípios éticos e estratégicos para orientar mensagens claras, confiáveis e mobilizadoras, as inovações tecnológicas oferecem meios para ampliar o alcance, a precisão e a interatividade dessas mensagens. Contudo, como evidencia o TCC, ambas as dimensões precisam ser articuladas sob a perspectiva da publicidade e propaganda, compreendidas não apenas como campos de persuasão mercadológica, mas como práticas sociais com responsabilidade ética e simbólica. Nesse sentido, cabe ao publicitário assumir papel protagonista na mediação entre ciência, governo e sociedade, produzindo narrativas que não apenas informem, mas ressignifiquem experiências traumáticas, fortaleçam a confiança social e orientem a reconstrução coletiva após os desastres.


Conclusão


A análise desenvolvida ao longo deste estudo demonstrou que a integração entre comunicação de risco e inovações tecnológicas constitui uma das principais transformações contemporâneas no campo da comunicação dos desastres. Os resultados alcançados indicam que a comunicação de risco, entendida como processo contínuo, dialógico e ético (Covello; ALLEN, 1988; Reynolds; Seeger, 2005), não pode ser dissociada das ferramentas tecnológicas que moldam o modo como mensagens de alerta, prevenção e resposta são concebidas e transmitidas. No entanto, a pesquisa revelou que tais ferramentas, embora ampliem a velocidade e o alcance das informações, não eliminam as desigualdades estruturais que permeiam o acesso e a apropriação das mensagens.


Foi possível chegar a essas conclusões a partir da revisão crítica de diferentes modelos comunicacionais e do exame de casos nacionais e internacionais relatados no TCC. A análise documental e bibliográfica, sustentada por autores de referência como Mattedi (2007), Darolt (2009), Acselrad (2002) e Hutson et al. (2015), permitiu identificar convergências e tensões entre a dimensão social da comunicação de risco e as inovações tecnológicas que vêm sendo aplicadas nas últimas décadas. Essa triangulação metodológica evidenciou que os resultados não são meramente teóricos, mas se materializam em experiências empíricas que mostram avanços e limitações da comunicação em situações de catástrofe. Entre os principais resultados, destacam-se:


(1) a confirmação de que a confiança institucional é o eixo estruturante da eficácia comunicacional em desastres;

(2) a constatação de que a comunicação digital, embora mais veloz, intensifica a circulação de desinformação e boatos, exigindo protocolos de checagem e campanhas de alfabetização midiática;

(3) a identificação de que rádios comunitárias e lideranças locais seguem desempenhando papel decisivo em territórios vulneráveis, o que reforça a importância da integração entre estratégias oficiais e comunitárias;

(4) a compreensão de que a Indústria 5.0, ao propor tecnologias humanizadas e inclusivas, abre novos caminhos para pensar uma comunicação de risco mais acessível, participativa e ética.


Esses resultados foram alcançados mediante a articulação de duas dimensões centrais. A primeira diz respeito ao caráter social e cultural da comunicação de risco, que, conforme Mattedi (2007), estrutura a percepção social do risco e orienta respostas coletivas diante do desastre. A segunda refere-se à dimensão técnica, na qual Darolt (2009) demonstra como meios de comunicação, especialmente o rádio, foram fundamentais para difundir mensagens de prevenção e mobilizar solidariedade em desastres ocorridos em Santa Catarina. Ao articular essas dimensões, a pesquisa evidencia que a comunicação dos desastres deve ser compreendida como prática interdisciplinar que exige tanto rigor técnico quanto sensibilidade social.


A partir desse panorama, algumas recomendações podem ser formuladas. Em primeiro lugar, recomenda-se que políticas públicas incorporem protocolos nacionais de comunicação de risco que considerem a diversidade cultural, social e tecnológica do Brasil, assegurando que populações em situação de vulnerabilidade não sejam excluídas dos processos de alerta e prevenção. Em segundo lugar, é necessário investir na formação de comunicadores sociais, jornalistas e publicitários voltados para a gestão de desastres, de modo que possam atuar não apenas como difusores de mensagens, mas como mediadores culturais e éticos. Em terceiro lugar, é fundamental que o desenvolvimento tecnológico seja acompanhado por princípios de acessibilidade e justiça comunicacional, garantindo que softwares, aplicativos e sistemas de inteligência artificial sejam projetados para incluir, e não para excluir.


Por fim, a pesquisa recomenda que a comunicação dos desastres seja reconhecida como campo autônomo de investigação científica e prática profissional, capaz de articular conhecimentos da comunicação social, da sociologia, da publicidade e da gestão de riscos. Essa consolidação contribuiria não apenas para avanços teóricos, mas também para o fortalecimento de políticas públicas e estratégias comunitárias que possam reduzir danos, salvar vidas e ressignificar experiências traumáticas. Como ressaltam Mattedi (2007) e Darolt (2009), comunicar o desastre não é apenas informar sobre ele, mas produzir sentidos que orientem a ação social e promovam a reconstrução coletiva.


Dessa forma, conclui-se que a intersecção entre comunicação de risco e tecnologias da informação abre um campo de possibilidades, mas também de responsabilidades. Cabe à academia, ao Estado, à sociedade civil e ao mercado da comunicação ,especialmente à publicidade e propaganda ,assumirem o compromisso de transformar a comunicação em ferramenta de proteção, solidariedade e justiça social, garantindo que, em um cenário marcado pela intensificação dos desastres, o direito à informação seja efetivamente um direito à vida.


Autoria: Lucas Ademir Pereira

Estudante de Publicidade e Propaganda/FURB

Membro do NET.


Referências:


Acselrad, H. Vulnerabilidade ambiental e justiça ambiental no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.

Baldwin, R.; Weder di Mauro, B. (org.). Economics in the time of COVID-19. London: CEPR Press, 2020.

Covello, V. T.; Allen, F. Seven cardinal rules of risk communication. Washington: U.S. Environmental Protection Agency, 1988.

Darolt, M. R. Meios de comunicação e desastres naturais: o caso do rádio em Santa Catarina. Blumenau: Edifurb, 2009.

Houston, J. B. et al. Social media and disasters: a functional framework for social media use in disaster planning, response, and research. Disasters, v. 39, n. 1, p. 1-22, 2015.

Lachlan, K. A. et al. Social media and crisis management: CERC, search strategies, and Twitter content. Computers in Human Behavior, v. 35, p. 371-378, 2014.

Mattedi, M. A. Sociologia dos desastres: construção, interfaces e perspectivas. Blumenau: Edifurb, 2007.

Mattedi, M. A. Sociedade de risco e vulnerabilidade social. Blumenau: Edifurb, 2010.

Noy, I. The macroeconomic consequences of disasters. Journal of Development Economics, v. 88, n. 2, p. 221-231, 2009.

NUNES, A. K. Desafios da comunicação de risco em desastres. Jornal da Universidade, Porto Alegre, 13 jun. 2024. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/desafios-da-comunicacao-de-risco-em-desastres/ . Acesso em: 3 set. 2025

Organização Mundial da Saúde (OMS). Comunicação de risco em emergências de saúde pública. Genebra: OMS, 2020.

Palen, L. et al. Crisis informatics: studying crisis in a networked world. Social Science Computer Review, v. 27, n. 4, p. 467-480, 2009.

Perry, R. W. What is a disaster? New answers to old questions. Journal of Contingencies and Crisis Management, v. 15, n. 1, p. 1-17, 2007.

Reynolds, B.; Seeger, M. W. Crisis and emergency risk communication as an integrative model. Journal of Health Communication, v. 10, n. 1, p. 43-55, 2005.

Standage, T. The Victorian Internet. New York: Walker and Company, 1998.

Valencio, N. et al. Sociologia dos desastres: construção, interfaces e perspectivas. Blumenau: Edifurb, 2009.

Veil, S. R. et al. A work-in-process literature review: Incorporating social media in risk and crisis communication. Journal of Contingencies and Crisis Management, v. 19, n. 2, p. 110-122, 2011.

World Bank. World development report 2014: risk and opportunity—managing risk for development. Washington: World Bank, 2013.

 

 
 
 

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O artigo analisa a relação entre Justiça Ambiental, crise climática e Serviço Social, com base em dados atuais, teoria crítica e o Projeto Ético-Político da profissão. Argumenta que os desastres são socialmente construídos e refletem desigualdades históricas, afetando desproporcionalmente populações vulneráveis. Defende uma atuação profissional crítica e comprometida com os direitos coletivos.


Palavras-chave: Justiça ambiental; Serviço Social; Vulnerabilidade social; Povos e territórios.

 

Os desastres socioambientais têm se intensificado sobremaneira em virtude das mudanças climáticas globais, incidindo de modo desigual sobre os territórios e revelando as fragilidades estruturais e sociais das populações afetadas. Santa Catarina, no Sul do Brasil, constitui um dos estados mais atingidos por eventos extremos recorrentes, tais como enchentes, estiagens, granizo e deslizamentos. Estudos recentes já evidenciam a necessidade de aprimoramento do gerenciamento de riscos de desastres no estado, destacando suas fragilidades institucionais e os desafios impostos pela recorrência dos eventos (Bertoli; Suski, 2024).

Destarte, analisar os impactos ambientais e sanitários destes fenômenos, bem como as respostas institucionais e comunitárias, mostra-se imprescindível para compreender a produção de vulnerabilidades territoriais e propor estratégias de gerenciamento com vistas à Gestão Integral de Risco de Desastres (GIRD).

 

A Gestão Integral de Risco de Desastres (GIRD)

A GIRD configura-se como um avanço, ao propor uma perspectiva mais ampla e integrada. Fundamenta-se na compreensão de que os desastres não são acontecimentos isolados, mas resultam de vulnerabilidades estruturais, iniquidades sociais e dinâmicas associadas às mudanças climáticas (Rossi, 2024). Neste sentido, a GIRD reconhece o caráter socialmente construído dos desastres (Mattedi e Butzke, 2001; Valencio et al., 2007), oriundos de múltiplos fatores interdependentes - multifatorialidade, multicausalidade e multidimensionalidade - que se expressam em diferentes dimensões territoriais e sociais (Mattedi et al., 2024). Tal concepção se consolida como evolução necessária, uma vez que, ao contrário das abordagens anteriores, pressupõe a colaboração entre diversos setores e a participação da Sociedade Civil nos processos decisórios da gestão (Rossi, 2025).

 

Eventos recentes e suas consequências

No que tange à magnitude dos impactos, estima-se que, nos últimos dez anos, mais de 4,2 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em cerca de 47% dos municípios catarinenses (CNM, 2025). Ademais, entre 1991 e 2023, o estado registrou aproximadamente 1,2 milhão de desabrigados e desalojados, com prejuízos financeiros que ultrapassam R$ 55 bilhões (SindsegSC, 2024). Em perspectiva mais ampla, os desastres ocorridos nas últimas três décadas acumularam perdas econômicas da ordem de R$ 319 bilhões (ND Mais, 2024). Estes dados evidenciam a recorrência e a gravidade das crises socioambientais no território catarinense, reiterando a necessidade de políticas públicas preventivas e de estratégias de gestão integrada.

A Tabela 1, a seguir, apresenta uma síntese dos principais desastres socioambientais registrados em Santa Catarina entre 1948 e 2025. A sistematização contempla diferentes tipos de eventos extremos – enchentes, enxurradas, estiagens, granizos, tornados e ciclones – evidenciando tanto a diversidade quanto a magnitude de seus impactos. A recorrência histórica destes episódios confirma o caráter estruturante das vulnerabilidades territoriais catarinenses, cujas consequências se expressam em perdas humanas, danos materiais e prejuízos econômicos reiterados ao longo do tempo.

Ano

Evento

Nível/Rio

Km/Hora

Localidades afetadas / Impactos principais

1948

Tragédia de Valinhos

 

400 km/hora

 

Canoinhas - Tornado ou micro explosão que resultou em 23 pessoas mortas, além de destruir casas, árvores e propriedades rurais (Wassoaski, 2018).

 

1974

Enchente

 

Tubarão - 199 mortes, 60 mil desabrigados e cerca de 90% da cidade ficou submersa, segundo registros de lideranças da época (SindsegSC, 2024).

1983

Enchente histórica

15,34 metros em Blumenau

 

Vale do Itajaí - maior desastre registrado, 48 mortes registradas, alagamentos por mais de 30 dias (SindsegSC, 2024).

1984

Enchente

15,46 metros em Blumenau

 

Vale do Itajaí - 70 mil desabrigados e 16 mortos (SindsegSC, 2024). A enchente foi maior que 1983 em nível do rio (15,46 m), mas menor em duração e impactos.

1990

Enxurrada

 

Blumenau - Bairros Glória, Progresso e Garcia, 21 mortos e as ruas viraram parte do leito dos ribeirões (SindsegSC, 2024).

 

1995

Enchente

 

Florianópolis e mais de 50 outros municípios do Estado. Choveu em 36 horas (entre os dias 23 e 25) 165,8 milímetros, mas a água ficou represada nas áreas urbanas por causa da maré alta. A enchente afetou 50 municípios, com um total de 28 mil desabrigados e 40 mortos. Além da Grande Florianópolis, o Sul do Estado foi fortemente alcançado pelo fenômeno natural. (ND Mais, 2015).

2004

Furacão Catarina

180 km/hora

Causou 11 mortes e deixou 33 mil desabrigados. Episódio causou mudanças na Defesa Civil de SC. No total, 14 municípios declararam calamidade pública e os prejuízos foram estimados em R$ 850 milhões (SindsegSC, 2024).

 

2008

Enchente, enxurradas e deslizamentos

 

Vale do Itajaí (Blumenau, Ilhota, Gaspar) – (chuvas/enchentes, enxurradas e deslizamentos causaram135 mortes, 78 mil pessoas desabrigadas e cenas de destruição de Blumenau e Morro do Baú, Ilhota marcaram a tragédia (SindsegSC, 2024).

2011

Deslizamentos e enchentes

12,6 metros em Blumenau

 

Vale do Itajaí – 6 mortes, 172 feridos e milhares de desabrigados. Maior índice de nível do rio dos últimos 32 anos em Blumenau (SindsegSC, 2024).

2011

Cheias localizadas

 

Rio Negrinho, São Bento, Mafra, Rio Negro.

2015

Tornado em Xanxerê

 

200 km/hora

Xanxerê e Ponte Serrada, no Oeste de SC. Ventos de mais de 200 quilômetros por hora deixaram duas pessoas mortas e 2,6 mil casas destruídas (SindsegSC, 2024).

 

2018 a 2020

 

Estiagem severa e extrema

 

 

Extremo Oeste – escassez hídrica, conflitos pelo uso da água (Parma et al., 2024; INMET, 2025)

2020

Ciclone-Bomba

160 km/hora

Santa Catarina - 11 mortes, quase 2 milhões sem energia. Impacto maior que o Catarina (SindsegSC, 2024).

 

2020 (dez.)

Enxurrada, desastre hidrológico

 

 

Presidente Getúlio – 18 mortos, bairro Revólver devastado (NSC Total, 2024; Defesa Civil SC, 2020)

2022

e 2023

 

Enchentes

 

Sul (Araranguá, Criciúma, Tubarão).

2023

Enchentes de out./nov.

 

 

11 mortes; cheias históricas em Rio do Sul, Blumenau e Taió.

2004 a 2023

Desalojamentos por enchentes em 20 anos

 

 

Estimativa de mais de 1 milhão de afetados em 20 anos (NSC Total, 2023).

2023 e 2024

 

Granizo

 

Meio-Oeste (Caçador, Campos Novos). Sem registros oficiais de vítimas ou grandes desabrigamentos.

2024

(maio)

Chuvas e alagamentos

 

 

Presidente Getúlio – cerca de 60 desalojados, alagamentos em regiões centrais (NSC Total, 2024).

 

2024 (dez.)

 

Alerta de inundações

 

Vale do Itajaí (Blumenau, Benedito Novo) – risco elevado de enchentes (Defesa Civil SC, 2024b).

2024 (set.)

 

Granizo e vendavais

 

Abelardo Luz, Ponte Serrada – ventos até 90 km/h, danos materiais (Defesa Civil SC, 2024a).

2025

(Jan.)

 

Enchente urbana

 

Balneário Camboriú - Foram 197,8 milímetros de chuva, quase o esperado para todo o mês de janeiro na cidade (215 mm).

 

2025

(Jan.)

Chuvas extremas (>300 mm)

 

 

Tijucas, Florianópolis – enchentes e deslizamentos em poucas horas (Epagri/Ciram, 2025).

Fonte: Adaptado de SindsegSC (2024), ND Mais (2015, 2024), Defesa Civil SC (2020, 2024a, 2024b), NSC Total (2023, 2024), Parma et al. (2024), INMET (2025), Epagri/Ciram (2025), Wassoski (2018), UOL Notícias (2025), entre outros.


A sistematização apresentada na Tabela 1 explicita não apenas a diversidade e a magnitude dos eventos extremos ocorridos em Santa Catarina, mas também a reiterada exposição do estado a ciclos de perdas humanas, sociais e materiais. Tal panorama histórico permite avançar para uma análise que vá além da dimensão ambiental e social, incorporando igualmente a centralidade da economia dos desastres, cujos efeitos se fazem sentir tanto na escala macroeconômica quanto no cotidiano das populações atingidas.

 

Impactos econômicos dos desastres

A análise econômica dos desastres em Santa Catarina permite dimensionar uma das faces mais persistentes de suas vulnerabilidades. Nas últimas três décadas, os eventos extremos acumularam perdas estimadas em R$ 319 bilhões (ND Mais, 2024), valor que inclui danos em infraestrutura pública, agricultura, indústria e comércio. Apenas entre 1991 e 2023, os prejuízos superaram R$ 55 bilhões, com reflexos diretos na arrecadação dos municípios e na capacidade de investimento do Estado (SindsegSC, 2024).

Esses números, entretanto, não capturam integralmente os efeitos distributivos dos desastres. Pequenos agricultores, trabalhadores informais e populações periféricas, que têm menor capacidade de recuperação, figuram entre os mais atingidos, ainda que seus prejuízos não apareçam expressivos nas estatísticas monetárias. Tal assimetria reforça a importância da GIRD, ao integrar as dimensões econômicas aos fatores sociais e ambientais, rompendo com a lógica fragmentada que reduz os desastres a perdas financeiras.

Com efeito, pensar os desastres sob a ótica econômica é também discutir justiça social: quais setores conseguem acessar crédito para reconstrução? Quem arca com os custos invisíveis do desemprego, da saúde mental ou da insegurança alimentar pós-desastre? Ao ampliar essa análise, a GIRD oferece um horizonte para que políticas públicas articulem mitigação de riscos, proteção de meios de vida e fortalecimento da resiliência econômica das populações mais vulneráveis.

 

Síntese recente e aprofundamentos

A síntese histórica apresentada na Tabela 1 evidencia que os desastres em Santa Catarina não se configuram como ocorrências isoladas, mas como fenômenos reiterados que revelam fragilidades estruturais do território e da gestão pública. Tal recorrência, marcada pela diversidade dos eventos (hidrológicos, meteorológicos e climatológicos) e pela amplitude de seus impactos, reforça a necessidade de superar abordagens fragmentadas e centradas apenas na resposta. É nesse contexto que a Gestão Integral de Risco de Desastres (GIRD) emerge como horizonte estratégico, por articular prevenção, mitigação, resposta e recuperação, integrando diferentes setores institucionais e valorizando a participação social.

Essa perspectiva se confirma quando observamos os dados mais recentes. Ao longo de 20 anos (de 2004 a 2023), mais de 1 milhão de pessoas foram desalojadas ou desabrigadas em Santa Catarina por desastres hidrológicos, meteorológicos e climatológicos (NSC Total, 2023). Em setembro de 2024, chuvas abaixo da média e ventos de até 90 km/h afetaram sobremaneira o Oeste catarinense, com queda de granizo e danos em municípios como Abelardo Luz e Ponte Serrada (Defesa Civil SC, 2024a). A situação se agravou com alertas de risco elevado para inundações em regiões como o Vale do Itajaí, incluindo cidades como Blumenau e Benedito Novo (Defesa Civil SC, 2024b). Já em janeiro de 2025, precipitações superiores a 300 mm provocaram, em poucas horas, enchentes e deslizamentos nos municípios de Tijucas e Florianópolis (Epagri/Ciram, 2025).

Paralelamente, estiagens prolongadas fragilizam o Extremo Oeste do estado. Estudo com base no Standardized Precipitation Index (SPI) discorrem sobre a ocorrência de secas de intensidade severa a extrema entre 2018 e 2020, evidenciando a repetição cíclica de períodos de escassez hídrica (Parma et al., 2024; INMET, 2025). Tais secas tensionam o uso da água entre consumo humano e agroindústrias, especialmente frigoríficos, gerando disputas territoriais.

A análise dos desastres não pode prescindir da consideração das desigualdades sociais. Os segmentos mais pobres, as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, além das mulheres e idosos, experimentam sobremaneira os impactos ambientais, pois convivem com condições habitacionais precárias, menor acesso a infraestrutura de saúde e limitada capacidade de reconstrução de seus meios de vida. Destarte, as crises ambientais reiteram e intensificam as iniquidades já presentes no território, convertendo o desastre em vetor de aprofundamento da exclusão social. Dados recentes evidenciam esse quadro: somente no Rio Grande do Sul, em 2024, foram registrados 37.004 afastamentos do trabalho por transtornos mentais, dos quais 10.274 por depressão e 7.792 por ansiedade, em grande medida associados às enchentes daquele ano (Brasil, 2024; UOL, 2018).

Cumpre ressaltar que a pandemia de COVID-19 deve ser compreendida como um desastre de outra natureza, mas igualmente marcada pela produção de vulnerabilidades sociais e sanitárias. Ao provocar mortes em massa, colapsos hospitalares, isolamento social e precarização do trabalho, a pandemia expôs de modo dramático os limites do Sistema Único de Saúde (SUS) e as desigualdades de acesso à atenção. Estudos apontam aumento da depressão, ansiedade e até do isolamento social extremo (fenômeno hikikomori no Japão), indicando que as crises sanitárias globais compartilham com os desastres ambientais a capacidade de desestabilizar sobremaneira a saúde mental e social das populações (Coisas do Japão, 2023; OMS, 2021).

Esses impactos extrapolam a esfera material e atingem a dimensão psicossocial. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) cita recorrentemente em seu site dados do sexto relatório Intergovernmental Panel on climate Change denominado Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability para falar que o adoecimento mental pós-desastre apresenta longa duração e exige políticas públicas consistentes, sobremaneira em contextos de deslocamento forçado e destruição de meios de vida (IPCC, 2023). Em consonância, a OMS (2022) ressalta que os efeitos invisíveis dos desastres podem ser tão deletérios quanto as perdas materiais imediatas.

 

Perspectiva internacional e considerações finais

A análise de Santa Catarina não pode ser dissociada de outras experiências internacionais. O furacão Katrina (2005), nos Estados Unidos, e o tsunami de 2011 no Japão, revelaram que a ausência de integração entre Estado, ciência e comunidades amplifica sobremaneira os danos sociais e ambientais (Amin e Goldstein, 2008). Tal constatação converge com o Marco de Sendai (2015), que preconiza a centralidade da participação comunitária e do conhecimento local na gestão do risco de desastres (UN, 2015).

Consubstanciado em dados recentes, constata-se que Santa Catarina constitui um território de vulnerabilidade reiterada, em que eventos extremos têm provocado impactos ambientais, sanitários e sociais de grande magnitude. Torna-se imperativo superar a lógica centralizadora e burocrática da gestão, fortalecendo estratégias preventivas, interdisciplinares e participativas. Destarte, a análise aqui apresentada contribui para o debate latino-americano sobre a sustentabilidade territorial em tempos de intensificação dos desastres. Nesse contexto, a adoção da Gestão Integral de Risco de Desastres (GIRD) apresenta-se como horizonte necessário, por conjugar o conhecimento científico e comunitário, integrar diferentes setores institucionais e promover maior justiça social na construção de territórios resilientes.


Autora: Dra. Maria Rossi


Fonte da Imagem: UniTV (2025)

 

Referências

 

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DEFESA CIVIL SC. NOTA METEOROLÓGICA SDC/SC e EPAGRI – Chuvas Persistentes e Volumosas marcam os próximos dias em Santa Catarina. Defesa Civil de Santa Catarina. Florianópolis, 06 de dezembro de  2024b. Disponível em: https://www.defesacivil.sc.gov.br/2024/12/08/atualizacao-nota-meteorologica-sdc-sc-e-epagri-chuva-persistente-e-volumosa-marcam-os-proximos-dias-em-santa-catarina-2/ Acesso em: 22 ago. 2025.

 

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