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Dr. M. MATTEDI

Universidade Regional de Blumenau


A pesquisa A FURB E O DISTANCIAMENTO SOCIAL realizada pelo Grupo de Pesquisa NET-dr continua fornecendo novos conhecimento sobre a dinâmica comunidade acadêmica. Os dados disponíveis mostram uma relação direta entre localização do aluno e seu engajamento no Distanciamento Social: quanto maior a densidade demográfica do aluno, maior a propensão para o engajamento no Distanciamento Social. Esta relação já foi explorada teoricamente, mas também examinada empiricamente aqui mesmo no site NET-dr. Porém uma questão que permanece aberta diz respeito ao processo de interiorização da epidemia.


No relatório, para a análise da influência dos fatores espaciais foram considerados duas dimensões; 1) Distanciamento Social; 2) Densidade demográfica (Figura 1). Neste sentido, indica que o grau de engajamento dos estudantes da FURB com o Distanciamento Social possui uma expressão territorial. Regiões que se caracterizam por uma intensidade de interações diretas mais alta apresentam uma maior propensão ao engajamento social. Ou, em outras palavras, regiões aonde a população está concentrada espacialmente apresenta uma taxa maior de engajamento social. Neste sentido, este processo reflete a suscetibilidade territorial.


Figura 1 – Densidade populacional e distanciamento social

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Com base nesta suposição teórica foi fixada uma Matriz Analítica (Figura 2) que nos permitisse caracterizar os possíveis cenários de engajamento. Neste sentido, o padrão de engajamento dos estudantes pode ser cruzado em dois sentidos: a) Distanciamento Social: apresenta duas formas forma de engajamento que caracterizamos como Forte (Completamente Isolado ou Só sai quando necessário), e por outro, lado Fraco quando não apresenta tendência de engajamento (Não isolado); b) Densidade Demográfica: o espaço foi dividido em duas regiões que caracterizamos como de Baixa e Alta densidade de demográfica.


Figura 2 – Matriz analítica

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Assim, enquanto a localização espacial representa uma variável de segurança, a densidade populacional pode representar uma variável de insegurança. A suposição é que quanto mais afastado uma pessoa esteja, menor o número de contato. Neste sentido, por um lado, temos a suscetibilidade ao contágio determinada pela localização espacial do estudante; e, por outro, temos a vulnerabilidade que está relacionada a questão do padrão de engajamento. A consideração destas quatro variáveis nos permitiu projetar hipoteticamente quatro cenários possíveis de cruzamentos entre Suscetibilidade Demográfica e Vulnerabilidade Individual:


Cenário A: Local Inseguro/Comportamento Seguro: apesar de o contexto se contagioso, o comportamento aumenta a imunidade;

Cenário B: Local Seguro/Comportamento Seguro: cenário mais seguro na medida em que combina baixa probabilidade de contágio, com comportamento seguro;

Cenário C: Local Inseguro/Comportamento Inseguro: cenário mais problemática porque liga um contexto contagioso com um comportamento inseguro;

Cenário D: Local Seguro/Comportamento Inseguro: cenário que relaciona uma baixa disposição para o isolamento, porém em uma área de pouco risco.

Neste sentido, a sobreposição do grau de distanciamento com a densidade demográfica por setor censitário do IBGE (2010) gera o mapa de calor (Mapa 1). Por meio desta sobreposição foi possível verificar que o grau de aderência ao Distanciamento Social é maior aonde a densidade demográfica é mais intensa. Ou seja, quanto maior a densidade demográfica maior é a tendência da população em aderir ao distanciamento social. No caso de Blumenau, tanto a concentração demográfica quanto o grau de distanciamento se localizam no centro geográfico da cidade. Sendo as regiões norte e sul pouco adensadas e com pouca aderência ao isolamento.


Mapa 1 – Distribuição espacial das condições de Distanciamento Social

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O desafio, portanto, parece encontrar correlações emergentes entre as métricas demográficas específicas o engajamento no Distanciamento Social. Na cidade de Blumenau isto é particularmente importante porque como indica a área central constitui um ponto de passagem obrigatório de ligação entre as zonas sul e norte da cidade. Neste sentido, como indica o Mapa 2 quanto mais concentrada a população, melhor as condições de isolamento social. A compreensão do contexto social (suscetibilidade e vulnerabilidade) da população é importante para conseguir entender os padrões de engajamento ao Distanciamento Social.


Assim, como indica o Mapa 2, quanto maior a centralidade espacial do estudante, maior a propensão ao Distanciamento Social. Em Blumenau as regiões mais densas demográficas apresentam maior incidência de Distanciamento Social. Este processo pode ser efeito de que a maior parte dos alunos da FURB mora na região central, mas tudo indicar que está associado a suscetibilidade. É que as doenças infecciosas têm uma relação direta com o desenvolvimento urbano. Afinal, o aumento da densidade das cidades é um vetor de propagação de vírus. Isto significa, portanto, que entre os estudantes da FURB o Distanciamento Social possui uma expressão territorial.


Mapa 2 – Concentração espacial do distanciamento social

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Porém, à medida que os casos fora das grandes cidades começam a aparecer espera-se que a correlação direta da Densidade Populacional e Distanciamento Social diminua (Mapa 2). O aumento de casos confirmados em locais menos densamente povoados parece indicar o processo de interiorização da COVID-19. Espera-se, assim, que à adesão ao engajamento Distanciamento Social sejam equivalentes entre as duas áreas: caia nas áreas mais povoadas, e suba nas áreas menos povoadas. Afinal, a medida que a epidemia cresce, mais pessoas são infectadas e, consequentemente, a densidade demográfica perde importância.


Isto acontece devido ao que os epidemiologistas costumam chamar de número de reprodução ou R. R mede o número médio de pessoas que uma pessoa infectada transmitirá a doença durante o curso de sua infecção. É calculado multiplicando quatro valores médios: 1) a taxa de contato de um indivíduo, C; 2) a probabilidade de transmissão quando uma pessoa suscetível entra em contato com uma pessoa infectada T; 3) o tempo que leva para uma pessoa infectada se recuperar - referida como a duração D; 3) e a fração de pessoas suscetíveis na população S. Portanto, não existe município de baixo risco como revela a Nota Técnica emitida pela FIOCRUZ.


Este processo precisa se acompanhado precisamente. Afinal, a Nota Técnica da FIOCRUZ assinala a tendência de interiorização da onda de contágio. Assim, os dados produzidos pelo NET-dr revelam que este processo pode representar um grande fator de risco porque associa uma condição de Alta Suscetibilidade à Alta Vulnerabilidade, como indica o Cenário C: Local Inseguro/Comportamento Inseguro. Neste sentido, fica claro o risco da falsa imagem de segurança entre os estudantes que vivem as regiões que apresentam Círculo de Imunidade (Unidade de baixa densidade demográfica) porque carecem de infraestrutura de atendimento.


Afinal, cidades não existem de forma isolada. Neste sentido, as cadeias de contágios, imunidade e de resposta operam conjuntamente. A situação está mudando muito rapidamente e esta mudança tende a se refletir na nova pesquisa em andamento. Parece que está se invertendo a suposição da imunidade territorial: quanto menor a intensidade de relações sociais diretas, maior a imunidade espacial. E, ao contrário, regiões com baixa densidade demográfica podem ser mais suscetíveis devido ao baixo engajamento do Distanciamento Social. A ideia de que as pessoas não precisam se engajar onde tem menos contato pode se tornar um fator que potencializa o risco.

 
 
 

Universidade Regional de Blumenau

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O Distanciamento Social é uma questão moral. E, como toda questão moral, também constitui um processo social muito complexo. Tanto pequenas escolhas como, por exemplo, ficar em casa, usar máscara, lavar as mãos sistematicamente, minimizar o contato desnecessário, tossir no cotovelo; quanto, ao contrário, dilemas lancinantes como a oposição entre a estratégia de atingir rapidamente a imunidade do rebanho para impedir a propagação do vírus, ou a estratégia de diminuir a disseminação do vírus para proteger os vulneráveis e evitar o colapso dos sistemas de saúde. E ambas situações implicam escolhas, afinal, estamos sempre escolhendo...


Existem vários princípios morais que podem ser invocados para justificar nossas escolhas. Pode-se, por exemplo, apelar para teorias morais utilitaristas focadas nas consequências esperadas (maximizar o bem ou minimizar o mal); mas pode-se também recorrer as teorias deontológicas focadas em direitos mais fundamentais (imperativos morais). Ocorre, contudo, que, independentemente da escolha, a maioria das pessoas que aprovam ou rejeitam o Distanciamento Social acredita firmemente que a sua escolha é sempre a mais justa, virtuosa e moral. Por isto, na maioria das vezes, a justificação de nossas escolhas sempre acaba causando mais problemas do que resolve.


Porém, algumas descobertas recentes sobre o processo cognitivo de escolha lançam alguma luz nestas questões. Ao contrário da forma de justificação filosófica a tomada de decisões não é um processo completamente consciente. De fato, a escolha é decidida muito antes que tenhamos percebido. Assim, nossa consciência constitui apenas um filtro final que faz com que adotemos ou rejeitemos o Distanciamento Social. Este processo foi, recentemente, descrito por Daniel Kahneman como sistema rápido e sistema lento de pensar. Neste sentido, podemos caracterizar nossas formas de fazer escolhas de duas maneiras: a) Módulo Heurístico; b) Módulo Algorítmico.


a) Módulo Heurístico: refere-se ao processo de ativação do nosso cérebro inconsciente antes do processo de decisão consciente. Isto acontece porque ele é rápido, automático, frequente, emocional e inconsciente. Funciona com base em esquemas (estereótipos) e por isso é eficiente para fazer coisa como, por exemplo, determinar que um objeto está a uma distância maior que outra; localizar a fonte de um som específico; mostrar nojo ao ver uma imagem horrível, etc. Neste sentido, o Módulo Heurístico envolve associar novas informações a padrões existentes, em vez de criar novos padrões para cada nova experiência.

b) Módulo Algorítmico: compreende o sistema que usamos quando analisamos sistematicamente um problema e nos esforçamos para encontrar uma solução. Por isto, este módulo é lento, esforçado, pouco frequente, lógico e consciente. É adequado para efetuar tarefas como grandes detalhes como, por exemplo, determinar a adequação de um comportamento específico em um ambiente social, determinar a validade de um raciocínio lógico complexo, etc. O Módulo Algorítmico intervém na resolução de problemas complexos graças à sua abordagem bastante analítica, mas requer mais concentração e mais atenção por parte do indivíduo.


O primeiro é mais rápido, mas menos seguro, enquanto o segundo é mais lento, mas mais confiável. As implicações dessas descobertas para decisão moral são importantes. Indicam que se quisermos mesmo melhorar nosso processo de tomada de decisão em geral e com relação ao Distanciamento Social em particular precisamos intervir no nosso Módulo Heurístico. Afinal, existem vários fatores que influenciam nossas decisões como, por exemplo, os vieses de ancoragem, de disponibilidade, de substituição, de enquadramento... Em síntese, para evitar que nossas escolhas na COVID-19 não agravem o problema nosso Módulo Heurístico precisa ser monitorado.


Afinal, como estamos presos entre duas posições extremas, que vão do pânico ao ceticismo profundo, as escolhas sobre o Distanciamento Social no Módulo Heurístico são potencialmente perigosas. Afinal, baseado no Módulo Heurístico tendemos a optar entre, por um lado, o Alarmismo: a corrente de pânico insuflada pela tendência de sensacionalismo das mídias sociais; ou, por outro, o Negacionismo: descrença surgida pelo questionamento sistemático de todas informações oficiais. Portanto, o exame de informações sutis, baseadas em fatos e ciência, nem sempre é facilmente acessível pois implica a ativação do Módulo Algorítmico para tomada de decisão.


Afinal, o senso de superioridade moral é talvez um dos traços sociais mais bem distribuídos entre os seres humanos. É que todos nós sempre acabamos nos achando superiores moralmente. Pensar que estamos acima da média é de fato muito comum. Se nos pedissem para avaliar nossa honestidade em relação a outras pessoas, a maioria de nós diria que se encontra acima da média! Isto acontece porque estamos acostumados a julgar os outros em função de nossos próprios méritos. E isto é bastante normal porque conhecemos melhor a nós mesmos que os outros. Afinal, até criminosos condenados conseguem se sentir superiores as suas vítimas.


No Distanciamento Social a pessoa que se sente superior moralmente senta-se no seu sofá proverbial e julga a informações que recebe pelo celular com base na sua intuição moral (Módulo Heurístico). Embora seja muito bom se sentir superior moralmente é, também, muito inútil. De fato, serve apenas como uma espécie de Efeito de Compensação Moral. Afinal, como não temos condições determinar os riscos com exatidão não podemos saber se exageramos ou não na dosagem do Distanciamento Social. Por isto, nesta situação, a melhor coisa que podemos fazer é lutar para que nosso automatismo para julgar (moralismo) não reduza nossa capacidade de raciocinar.


O Distanciamento Social implica julgamentos morais. Mas, quando chegamos nos detalhes e perguntamos que nível de Distanciamento Social é justificável, as questões morais acabam sendo engolidas por questões técnicas. Isto acontece por que as escolhas dependem de questões como, por exemplo, a taxa de contágio e letalidade, quando uma vacina estará disponível, qual é taxa de conformidade social ao auto-isolamento, quais são seus prováveis ​​impactos econômicos... Por isto, quanto mais incerta a situação, mais conservadora a moral. Isto indica que para o Distanciamento Social funcionar é preciso primeiro ter um distanciamento moral.

 
 
 
  • 4 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Dr. M. MATTEDI

Universidade Regional de Blumenau


Embora as pessoas não consigam mais falar de COVID-19 e tenham cansado do Distanciamento Social o problema está se agravando. Ou seja, embora o número de postagens, memes, lives e discussões, e distanciamento venha sendo flexibilizado o número de infectado e mortos não para de crescer. Neste sentido, a sobrecarga da capacidade de atendimento já se torna evidente. Afinal, até o próprio Governo Bolsonaro foi abrigado a admitir. Neste sentido, é apenas uma questão de tempo para a situação sair do controle. Por isto, não é muito difícil de perceber, portanto, que quando mais precisamos do Distanciamento Social menor a nossa disposição.


Afinal, segundo ao levantamento do Data Folha o apoio ao Distanciamento Social está caindo. Neste sentido, verifica-se uma alta no índice de brasileiros que acham que a população está menos preocupada com o vírus. Isto acontece por que a proporção de brasileiros que defendem o retorno as atividades de pessoas fora do grupo de risco passou de 37%, (03/04), para 41% (17/04) e subiu para 46% (27/04). Inversamente, os que apoiam o isolamento amplo, caiu de 60% (03/04), para 56% (17/04) e 52% (27/04). A relação entre os dois processos é inversa assinala, portanto, a consistência da tendência de queda do apoio ao Distanciamento Social.


É por isto que atualmente nos encontramos numa situação tão angustiante. Afinal, os dados de contaminados e mortos estão subindo, mas não sabemos exatamente porque. Este processo pode ser efeito de dois fenômenos: a) Subnotificação: o aumento da testagem faz com se tenha uma melhor resolução da situação; b) Contenção: falha no processo de concepção e implementação das medidas de Distanciamento Social. Talvez, o mais provável é que seja mesmo alguma combinação dinâmica deste dois fenômenos. Porém, se uma certeza podemos ter nesta situação é de que sem boas estatísticas nunca saberemos direito o que devemos fazer.


A dinâmica deste processo revela, portanto, que no Brasil o Distanciamento Social é uma solução que se transformou num problema. Por isto, o Brasil caminha para uma situação que combina crescimento de contágio, com crescimento de óbitos. Afinal, o Governo não somente não consegue, mas, sobretudo, não quer promover políticas de Distanciamento Social. Por isto, a forma como o Brasil enfrentou a crise da COVID-19 só podem ser classificadas como um completo fracasso, tanto no processo de testagem, na interrupção das cadeias de contágio e até na contagem. Neste sentido, estamos presenciando uma espécie de Efeito Boomerang.


O Efeito Bumerangue diz respeito os efeitos inversos provocados pelas decisões. Muitas vezes é chamado também de Resultado Perverso devido as consequências não previstas provocadas por uma ação intencional. Neste sentido, o agravamento da crise é efeito perverso do Distanciamento Social. O Surto Infodêmico fez com que o Distanciamento Social fosse ativado numa etapa muito precoce da crise. Assim, com tempo a motivação e as condições de manter-se isolado foram diminuindo. Existem vários fatores que explicam o Efeito Bumerangue, porém dois parecem decisivos: a) o primeiro é o Fator Ativador; b) o segundo é o Fator Desativador.


a) Fator Ativador: Tudo leva crer que ativamos o processo de Distanciamento Social muito cedo. Mais precisamente, a mobilização da sociedade foi estabelecida fora time da onda de contágio. Neste sentido, as respostas geralmente tendem a compensar os efeitos benéficos da nova tecnologia ou de outras medidas tomadas. Assim, quando mais de atenção e cuidado, menor a disposição subjetiva e condições materiais para permanecer em Distanciamento Social. Portanto, a diminuição do Efeito Novidade acabou provocando uma queda do engajamento no período mais crítico do contágio.

b) Fator Desativador: as informações ambivalentes passada pelo Governo Federal tiveram um papel decisivo na diminuição do engajamento com o Distanciamento Social. A desinformação foi tanta que em meio a COVID-19 ouve uma troca do ministro Luiz Henrique Mandetta por Nelson Teich para indica a mudança de perspectiva com relação ao Distanciamento Social. Este processo provou uma diminuição da intensidade do engajamento com as medidas de contenção. Mas, sobretudo, é preciso considerar as consequências perversas dos pronunciamentos do Presidente Bolsonaro.


O efeito combinado do Fator Delay e do Fator Ruído dividiu a sociedade brasileira. A polarização política que caracteriza o Bolsonarismo acabou se estendendo para o Distanciamento Social. Não é por acaso, não é somente os dados do Data Folha que indicam isso, mas também uma pesquisa realizada por Rodrigo Fracalossi de Moraes do IPEA também revela este processo (Gráfico 1). Isto significa que quando o Distanciamento Social foi ativado não somente o Governo Bolsonaro não estava preparado, mas, sobretudo, não estava interessado porque representava uma ameaça que acabou produzindo uma Fadiga Social. Portanto, na base dos problemas gerados pelo Distanciamento Social encontra-se o processo de politização da gestão da crise.


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O anúncio da retomada das atividades em todo país ensina que no Brasil optamos por negar a realidade. Ou seja, após as declarações do Presidente Bolsonaro passamos a achar que pensando que o vírus não existe não seremos contagiados. Assim, é difícil acreditar que no momento que a velocidade de contaminação está aumentando resolvemos intensificamos as relações sociais. Porém, não demoraremos muito para aprender que situações de emergência não toleram improviso. Afinal, escalada de casos nos últimos dias aproximam perigosamente a ocupação da capacidade máxima de atendimento dos equipamentos de saúde.

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Por isto, os benefícios não compensaram as perdas com o Distanciamento Social. Ou seja, atualmente os brasileiros se encontram presos no pior dos mundos possíveis. Não conseguimos controlar a propagação do vírus e nem conseguimos ativar a economia; ao contrário, aumentamos o número de mortes e potencializamos a recessão porque a situação de emergência vai acabar durando ainda mais. Afinal, ao mesmo tempo, vai acelerar o ritmo de contágio e diminuir o ritmo de crescimento econômico. Portanto, nós, os brasileiros, perdemos duas vezes: não salvamos todas as vidas possíveis como também quebramos a economia.


O Distanciamento Social é uma solução que acabou se tornando um problema. Foi ativado e desativado em períodos inadequados, potencializando os impactos negativos da COVID-19. O interruptor político do Distanciamento Social foi ligado pela sociedade e desligado pelo governo. Assim, embora o frenesi nas mídias sociais tenha diminuído e as pessoas passeiem tranquilamente pelos shoppings a crise vai durar muito tempo ainda. Nossa capacidade de nós autoenganar é infinita, porém, dessa vez, as mortes vão aumentar e os empregos diminuir. Portanto, quem acreditava no arrefecimento das curvas de contágio e desemprego levou um coice da realidade.

 
 
 
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